terça-feira, 27 de abril de 2010

4 months after...

Quer-se dizer, 4 meses, 4 meses ainda não foram, falta pouco mais de uma semana, mas já dá para fazer uma retrospectiva e começar a tirar as primeiras ilações e ensinamentos desta estadia aqui na Roménia.



Decididamente, sem a mais pequena sombra para dúvidas, esta está a ser uma experiência marcante!

A vários níveis!


Um grupo de romenos, carregados sabe lá Deus com o quê, na estrada junto à saída de Sibiu.
A ponte ao fundo já faz parte da nossa obra, é a ponte 15 da secção 1.

Do ponto de vista pessoal não tem sido uma experiência fácil.
Lidar com a ausência de todos, em especial da namorada, família e amigos, tem sido de longe o obstáculo mais difícil de ultrapassar.

Mas entre emails, skype, cartas, telefonemas e saudades reprimidas, lá se vai pondo um pé à frente do outro, e se vai aprendendo a lidar, com mais ou menos custo, com esta distância física e anímica que tão implacavelmente me separa de Portugal.

Já dizia e bem a sabedoria popular: "Para a frente, que para trás mija a burra"!


A mim não me assustas páh!
Um manguito para afugentar os obstáculos! :p

E é assim que tem de ser!
Há que atacar estes desafios com firmeza e segurança, sem espaço para vacilar ou recuar, pois só desta forma será possível ultrapassar com um saldo positivo esta dura prova em que me encontro tão profundamente embrenhado.

Mais obstáculos... Hummm, deixem lá ver...
A língua!
"Jasus"!!! :p
A primeira impressão foi algo do género: "Nem vale a pena..." , "Esqueçam lá isso!" , "Esta língua soa a russo!"

Mas não. Para grande surpresa minha, não só é muito parecida com a nossa, apresentando-se de certa forma como uma mescla de línguas latinas (tais como o italiano, francês e espanhol), como tenho tido bastante facilidade em aprende-la.
É engraçado ter diálogos inteiros em romeno com os colegas de trabalho ou situações diversas do dia-a-dia.
Mas também não se julgue que já declamo poesia na língua dos Dácios...
Para isso ainda me falta aprender mais um bocado, mas ainda tenho tempo.
Dois meses e picos devem chegar para o que falta... :p

Trabalho...

A obra da autoestrada Bucareste-Ploiesti, parada durante o Inverno.
Em baixo, no meio da via, que nem se vê debaixo da neve, com o Constantino e com a Gisela, e uma foto no laboratório do empreiteiro.


Bine, do "Lucru" ou "Munca" não há muito a dizer.
Não posso dizer que me sinto plenamente realizado, mas começo a achar que até tive alguma sorte.



Uma autoestrada é uma obra em grande, e a falta de informação e apoio que temos tido, acaba por ser compensada pela experiência de ir ao terreno quase todos os dias ver o progresso dos trabalhos.

Um pormenor de um dia de trabalho... Gera-se um conflito quando o rebanho e a grua têm de passar pelo mesmo local.
Nada que não se resolva de imediato! Não se utilizam cilindros compactadores com pés de carneiro???
Então porque não compactar directamente o aterro com carneiros? Siga pra bingo, vá, que a pastorícia não pode esperar!

Execução de estacas na ponte existente no final da segunda secção


Aqui faz-se de tudo... Nos primeiros tempos até trabalho de topógrafo se fez!
A recicladora utilizada para fazer a mistura do ligante hidráulico com o terreno de fundação.



E a pouco e pouco, de forma meio autodidacta, lá vamos entrando um pouco melhor dentro de todos os procedimentos relativos à labuta aqui na Roménia.

Seguindo com a história, colocando de parte todas as lenga-lengas dos obstáculos e das dificuldades, uma coisa certa: redescobri um país!

Passeios...



Consegui vencer os preconceitos e olhar com novos olhos para a Roménia!
A Primavera veio dar uma ajuda, mas não foi só isso.

Os passeios de fim de semana pelas vilas e aldeias perdidas no meio do nada, as visitas às igrejas fortificadas e às fortalezas da idade média ou as simples idas às montanhas e outros locais com paisagens lindíssimas têm-me dado um novo alento e provaram-me que afinal há muito para ver por estas bandas.


Mosteiro em madeira algures em Bucareste.


A caminho de Paltinis, a estância de ski mais próxima
.


Igreja fortificada em Cisnadie, aldeia próxima de Sibiu



Igreja e estrada a caminho de Bâlea Lac.
Neve junto ao lago e quiosque com iguarias tradicionais na base do teleférico que segue até lá acima.




As ruínas do Castelo de Slimnic.



Mediaş, uma terra bem engraçada a 40 km de Sibiu.


Mais uma igreja fortificada, desta vez na estrada que vai dar a Mediaş.



Com o António e o Pedro, um "Contacteante" de Bucareste, na Biserica Evangélica de Sibiu e em cima de um marco geodésico no monte de onde se tem uma vista panorâmica de toda a cidade.



Ida a Sigishoara com os outros "Contacteantes" cá do sítio : Carla, Bony, João, Miguel, Gisela, Diana e Pedro.


Sala Thalia, onde por 1,5€ se pode ouvir a orquestra sinfónica de Sibiu a tocar.


Bicharada mergulhada em formol no Museu de História Natural cá do sítio.

E as fotos que se conseguem fazer aqui...
Acho que estou a começar a descobrir um novo hobby!



Tirar fotos aos nativos tem-se tornado quase um vício...
Vê-se aqui com cada coisa...

Cães...

Aqui está uma entrada completamente descontextualizada, mas tinha de colocar aqui uma referência aos cães...
Nunca vi tanto cão em lado nenhum como aqui na Roménia...
Estes que se seguem ainda são dos tempos em que estive em Bucareste, mas não se julgue que Sibiu é diferente!
Nã, nã... Só à porta do escritório temos praí uns 5...
É muito cão, hã!






E por aqui fico, numa retrospectiva que acabou por sair mais algo parecido com sei lá o quê, mas que me deu para relembrar alguns momentos e locais pelos quais passei desde que aqui cheguei.

Bem, por agora já chega por isso respeitosamente despeço-me!

Hasta lá vista!