terça-feira, 4 de maio de 2010

Budapest Revisited



E eis que me reencontrei com Budapeste outra vez.

As zonas tão familiares pouco ou nada mudaram...

Mas já não sou um erasmus.

Não vagueei pelas ruas a aproveitar a escuridão para escutar os sons perdidos, por vezes tão íntimos e abundantes de emoções quanto a imaginação o permita cismar...

Um bebé em pranto a chorar, um suspiro luxurioso que escapa de uma janela entreaberta de onde esvoaçam ao sabor da brisa umas cortinas brancas em renda, o crepitar metálico das folhas caídas a rasparem na superfície áspera do asfalto, uma porta a bater, a abafar o som de um autoclismo que descarrega furioso as impacientes águas que continha aprisionadas...

Ao longe uma sirene bufa exausta e em ritmo acelerado o tão familiar ti-nó-ni-nó-ni e desperta-me os sentidos para a realidade.

Dos prédios começam a brotar pessoas, primeiro poucas e depois cada vez mais.
Continuo a andar até que me deparo com uma multidão ensonada e carrancuda, que pacientemente aguarda pelo tram que a há-de levar lenta e ruidosamente para os seus afazeres diários.

Chego a casa, acendo o narguilé e inspiro o tabaco com sabor a cereja. Uma espessa nuvem de fumo envolve-me ao mesmo tempo que revejo todas as ideias que me afluíram à alma durante o caminho...

No mesmo local coexistem dois mundos, tão díspares quanto o Sol e a Lua, ou o branco e o preto.

A noite e o dia, o mundo do pormenor, da pureza, onde cada som é como uma nota musical que pode ser escutado em separado, e o mundo do frenesim caótico mais equiparado a um concerto de heavy metal, onde os sons se articulam em conjunto e não existem por si só.

E dou por mim e já estou para aqui a dispersar a recordar-me dos meus pensamentos profundos no final das noites de copos e convívio que vivi há dois anos atrás.

Ficam então aqui algumas fotos de pormenores deste meu reencontro.




Raday Utca, Nº 63, a minha morada quando estive a fazer erasmus


Igreja na Raday, a 50 metros da minha antiga casa


A casa da Lara e do Jorge em Kalvin Tér, no final da Pipa Utca e do outro lado da rua do mercado



Cúpula e fonte nas termas de Gellèrt





Pormenores das ruas e das gentes da cidade




A Basílica de St. Istvan e a vista para a cidade da base da sua cúpula



Pormenores da Andrássy Út, uma das artérias principais de Budapeste


Um candeeiro na Ópera


Where to go - Hosók Tére


De costas voltadas para o mundo...
Pormenores de Hosók Tére




Imagens soltas de uma feira em Varosliget


O parlamento visto do Bastião dos Pescadores



Pormenores dentro do castelo, em Buda


Violinista num café no Bastião dos Pescadores

Fica então aqui um pequeno registo fotográfico deste breve regresso a uma cidade onde vivi um dos semestres mais intensos e enriquecedores da minha vida de adulto.

Fica também uma nota relativa às húngaras.
Aquando de erasmus, tinha ficado com a sensação que elas eram bem engraçadas, mas agora... Nada! Nem "uminha" húngara gira que seja?
Alguém sabe onde se meteram?

Até à próxima!



PS: só para deixar um agradecimento à "família de acolhimento" que me facultou alojamento em Budapeste. São eles a Maria, Sofia, Filipa e Bruno.
Obrigadão! ;)


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